domingo, 28 de dezembro de 2008

feliz ano novo

O ano está chegando ao fim e o velhinho de 2008 vai passar a faixa de 2009 logo, logo. Todo mundo sabe para quem a faixa vai: para o bebê rechonchudo de cabelinho loiro e olhos azuis que vem engatinhando, de fraldas tão branquinhas.
O ano novo aqui em casa vai começar com o bebê também, mas o nosso não tem mais fraldas. Nosso ano vai começar diaper free. Matraca-Trica fez, finalmente, a última transição de bebê para um little man. Esta semana foi o fim das fraldas noturnas. 
O pior de tudo é que ainda não sei o que fazer com tanto espaço no armário, agora vago e sem nenhum pacote de fraldas!
Será hora de começar tudo de novo?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

coisa de pobre

Recebi ao longo dos anos o mesmo spam de uma certa piada, pelo menos umas 3 vezes. Um ditado americano diz que "third time's the charm". Não é que é mesmo? O email é sobre, como já entreguei no titulo, sintomas de pobreza. Do tipo beber em copos de requeijão, colocar durex no óculos quebrado, ou tentar salvar uma sandália havaiana. A lista é longa e prova que quem escreveu a tal teve muito tempo de sobra no cubículo do escritório. A luz fluerescente e o ar condicionado viciado devem ter afetado a coitada da pessoa de maneira irreversível e sem pensar ela clicou "send" no computador e a coisa se espalhou como um vírus de mal gosto.
Voltando ao assunto: a lista me fez parar para pensar (acho que quem anda com tempo de sobra sou eu....), enfim, fiquei pensando em coisas de pobre e em como essa lista está desatualizada. Na minha humilde opinião, esbanjar recursos naturais e dinheiro é, hoje em dia, coisa de pobre. Poucas coisas são tão bregas como não ensinar os próprios filhos a ter consciência humana e ecológica. 
O mundo vai ser deles. Você,  daqui a 70 anos, vai estar servindo de abubo para uma begônia. Se der sorte. Seus filhos vão estar do lado de cima, vivendo no mundo que você deixou. 
Reciclar é a palavra mais importante da atualidade. Pelo menos para as cabecinhas de menos de 1,50 metros de altura. Antigamente usar roupa usada era di pobre. Por sugestão minha, na escolinha de Matraca-Trica e Fofoquinha, foi criado um varal de uniformes usados- na linha do "quem tem põe, quem não tem tira". Fiquei feliz com o resultado: sucesso absoluto. 
Coisas como dirigir uma SUV quando até mesmo as montadoras americanas pararam ou diminuíram a produção delas por causa da crise de petróleo, para mim, é di pobre. Não ensinar os filhos a respeitar as pessoas independentemente de classe social, raça, cor e sexo. Começando com os empregados da casa. Di pobre. Achar bonitinhas as latas de coleta seletiva e não praticar, outro sintoma de pobreza. A lista vai longe-a original é interminável também-e a paciência para escrever hoje está curta. 
Mamãe não seria Mamãe se não tivesse uma conclusão curta e grossa para terminar um texto. Aqui vai: não ser um bom exemplo para suas próprias crias é o máximo da pobreza. De espírito.
 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

fofices do design XXX




Vou ser rápida pois acredito ter apenas alguns minutos antes que Fofoquinha e Matraca-Trica percebam minha ausência na sala e venham correndo com troncos de madeira para derrubar a porta que separa meu castelo dos meus dois pequenos vikings que ainda não desistiram de me atacar com pedidos incessantes de atenção.
Esta belezura norueguesa me emocionou. O grupo de design Varmo / Kolsttad /Buene criou a Lull, uma luminaria inspirada nas flores e na luz do sol, com pétalas que abrem e fecham conforme a necessidade de luz no ambiente. Uma idéia simples, bem executada e que  ganhou dois prêmios de design noruegueses.
A Lull ainda não foi produzida comercialmente, mas espero que com tantos prêmios não demore muito.

sábado, 6 de dezembro de 2008

ladies and gentlemen...


Elvis is in the building!

Mas no momento está ocupado dando autógrafos aos seus dois mais adorados fãs (Matraca-Trica e Fofoquinha), que não o deixam nem ir ao banheiro de porta fechada.
Enquanto tenta desfazer as malas e dar atenção ao público, Elvis quer avisar que semana que vem-assim que for ao supermercado, banco, reuniões na escola e abrir a pilha de correspondência (leia-se contas a pagar)-vai estar de volta com repertório inédito.
Até lá... VIVA LAS VEGAS!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

de malas prontas

Queridos leitores,
Mamãe vai tirar merecidas férias. SEM crianças. YEHAAAA!
Vou dormir tarde, dormir mais de 8 horas seguidas, acordar sem ninguém me chacoalhando reclamando que está com fome. Não vou assistir nenhum canal com desenhos infantis, vou tomar café da manhã na hora do almoço e almoçar as 3 da tarde. Vou vagabundear muito, jantar com bebida alcoólica e namorar bastante.
E com certeza vou espichar o olho para qualquer carrinho com bebês que passar na rua, comprar muitos brinquedos e roupinhas, ligar para casa todo dia para saber se todo mundo comeu direito e está agasalhado. Nada que mais uma taça de vinho não cure.

O barraco vai ficar fechado por mais ou menos 3 semanas, ok?


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

fofices do design XXIV



Dando continuidade à série "Como se virar bem em apartamento minúsculo", dei de cara com uma solução pouquíssimo aproveitada deste lado do equador: o loft para quartos de crianças. A vantagem dos lofts, como nem precisaria dizer pois as imagens são óbvias, é como enfiar o máximo necessário que as crianças precisam em pouca metragem.
Nos projetos da companhia italiana Tumidei nenhuma oportunidade de aproveitar espaço é desperdiçada. Notaram que os degraus das escadas são gavetas?
Mais importante do que aproveitar o espaço é fazer com que ele se torne lúdico. Que, se a gente pensar bem, é a única coisa que importa para o Tarzan e a Jane que você carinhosamente chama de filhos.

sábado, 8 de novembro de 2008

barata tonta

Houve, no clube, um evento super bacana da escolinha  de esportes que Fofoquinha e Matraca-Trica fazem parte. Outros clubes foram convidados, muitos pais com câmeras e máquinas digitais nas arquibancadas, música fubá para todos os gostos, uma mega produção Bollywoodiana no ginásio poliesportivo. Calculo que haviam pelo menos 250 crianças na quadra. O evento era um circuito com 12 estações, as crianças divididas em grupos. Idades diferentes, grupos diferentes. Eu, uma só. Com uma só câmera. 
Entederam agora o título do post? 
Invariavelmente eu me vejo nesse tipinho de situação: papai não pode ir ao evento e mamãe tem que se dividir em duas nas festa juninas, eventos esportivos, desfiles ou corais natalinos. Não tenho nem mais esperanças de que Matraca-Trica e Fofoquinha vão sentar juntos, ficar na mesma turma ou pelo menos do mesmo lado do lugar do evento. O mesmo lado já me ajudaria de montão à beça. Não é pedir muito, é?  Você já tentou transitar de um lado para outro da avenida às 23:45 em noite de reveillon na praia de Ipanema? Ou andar no Pelourinho, na Bahia, durante o carnaval? 
Eventos infantis são a mesma coisa: casa lotada de pais, avós, tios, irmãos e babás; tem até brigas por causa de lugar--se você pensa que gestantes e idosos tem preferência para sentar, enganou-se redondamente. Tem discussões porque uma cabeça está na frente da outra que está tentando filmar a apresentação da filha e pais que invadem o palco ou quadra para conseguir um ângulo melhor-quem nunca fez isso que atire a primeira câmera! Nessas ocasiões pode-se sempre contar uma demonstração pública de berço, samaritanismo e boa educação. 
Imagine ir de um lado para outro da arquibancada no meio dessa muvuca...E tem gente que ainda tem coragem de me perguntar se eu não me animo a ter um terceiro filho!
Ai de mim se, mais tarde, tem mais fotos de um do que de outro. Vem aqui em casa e tenta explicar para Fofoquinha e Matraca-Trica que é porque um estava lá no fundo da quadra ou palco fora de alcance até do zoom da câmera ou porque a mamãe estava do lado oposto tentando fotografar o outro irmão.
Vem.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

uta erda!

Matraca-Trica voltou para casa da escola no começo da semana falando como um marinheiro que passou 11 meses trabalhando nas caldeiras de um navio em alto mar, sem categoria ou mulheres.
Exageros à parte (essa veia para o dramalhão barato é mais forte do que eu, me desculpem), o que ele disse foi somente uma palavra completamente fora de contexto, no meio de uma frase qualquer como "Olha mamãe, um fusquinha verde! *ERDA, né mamãe?"
O quê????! Não respirei, não pisquei ou esbocei qualquer reação. Minha expressão foi a mesma de quem acabou de sair de uma sessão de botox no dermatologista. Não foi fácil fingir que não ouvi.  Resolvi ignorar para não chamar atenção. Esqueci do assunto. Uns dois dias depois, ouvi outra pérola do baixo calão no meio da frase escatológica du jour: "Mamãe, hoje teve danone na escola, teve xixi e *UTA. Soltei um pum fedido! Olha meu bumbunzão!". Uma frase cheia de classe- agora vocês tem uma boa idéia com o quê tenho que lidar todo santo dia. Mas convenhamos que por pior que seja, dá para notar uma discrepância nas palavras. Agora não ia dar para passar batido. Respirei fundo e perguntei :" Quem ensinou essa palavra nova para você? É uma palavra muito feia, nós não usamos essa palavra em casa." Ele respondeu que foi o Batatinha*, amiguinho da escola. Quando aconteceu pela terceira vez (vou poupá-los desta vez, ok?) e eu perguntei de novo, lá veio o Batatinha como resposta. 
O que faz uma criança de 3 anos falando esse tipo de coisa? Resposta: os pais. Não importa qual dos dois foi, com certeza foi em casa. 
Antes da Fofoquinha nascer, eu tinha a boca mais suja do que pé de tatu bolinha (todo mundo sabe que tatu bolinha se alimenta de fezes, não?). Cada sentença minha incluía pelo menos um palavrãozinho. Depois que Fofoquinha nasceu, lavei a boca com sabão e não falo mais nada impróprio na frente das crias. Substitui os asteriscos do texto por outras palavras mais ingênuas. A intenção é a mesma, não se engane. Como a sentença que você vai ler a seguir...
Para esses pais *ILHOS *A *UTA que não conseguem nem conter a *ORRA da língua pelo bem dos filhos, faço um pedido singelo: *ARALHO, dá para grampear a língua antes de falar *ERDA na frente das crias?
Desculpem. Ninguém merecia ler isso. 
Tantos asterisco não foram usados em vão , eu tenho uma conclusão para fechar este post:
Se é feio falar palavrão, por que você fala?

*Lógico que o nome do amiguinho não é esse. É uma ótima criança, que como tal repete tudo o que ouve. 

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

fofices do design XXVIII

Você mora em um desses apartamentos novos que tem portas estreitas, cozinha minúscula e quando vai ao banheiro bate o joelho na parede quando senta no vaso? 
Aonde você guarda uma banheira para sua cria se no quarto cabe somente o berço e olhe lá?
Convenhamos que dar banho em pequenos nessas condições é um sofrimento. Eles e assustam com o jato do chuveiro, não se divertem, o tempo não passa e a gente se estressa.
A BibaBath achou uma solução para esse problema que é de uma simplicidade comovente. Como ninguém pensou nisso antes? A banheira é portátil e serve para crianças até os 7 anos de idade.
A BibaBath serve ainda como piscininha no verão e quando as crianças crescem, porta-tralhas.
O único incoveniente, para quem está do lado errado do Equador, é que a banheira está disponível somente na Europa. 

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

no sale

Sabe porque eu vou sozinha fazer compras de roupas e sapatos para minhas crias? Por que eu não aguento vendedorzinho metido a Gerson. Nem todos são como o tipinho que nos atendeu ( Fofoquinha e eu) uma vez em uma loja de sapatos. Mas eu traumatizei. 
Na pracinha perto de casa tem um vendedor ambulante da mesma catiguria. Ele aparece com um monte de tralha com aquela qualidade Made in China inferior até à qualidade do leite em pó contaminado. Quando uma criança aparece na frente dele hipnotizada pelo brilho das tranqueiras, ele oferece o brinquedo à ela e diz que ela pode ficar com ele. O que acontece em seguida é o "Eu quero" da criança contra o "Não vai rolar" dos pais. Tem pai que cede-uns 90%-apesar do mau humor com a calhordice do ambulante. Como é de se esperar, eu já tive um bateboca (olha a nova lei ortográfica em uso!) com o tipo, quando ele colocou um avião de quinta categoria na mão do Matraca-Trica (não vou tirar o hífen dele não) e o moleque deu piti em praça pública porque queria que queria o brinquedo e eu falei que não. Como não tenho nenhum problema em enfrentar chilique de criança na frente de quem quer que seja, aproveitei para dizer poucas e boas para o calhorda. Que é tão mau caráter que ignorou (se é que ele entendeu) tudo o que disse e continua lá na praça, todo final de semana fazendo o mesmo número.
O babado com Fofoquinha foi em renomada loja do Shopping Iguatemi. Fui tomada por um surto de insanidade e levei Fofoquinha para comprar sandália para o verão. Ela escolheu uma que gostava na vitrine. Entramos e o moço veio nos atender. Mostrei qual era o modelo e disse o número. Era uma sandália "utilitária", para ir à escola. O que Fofoquinha estava precisando. Ponto. O moço entra no estoque e quando volta, está atrás de uma torre de caixas. Para meu espanto, ele abriu uma atrás da outra: modelos de festa, modelos com luzinhas no salto, com lacinhos e muito cor de rosa. Com preços muito acima da sandália que havia pedido. Por último abriu a caixa com a sandália que pedi. Diante desse show de calçados, vocês acham que Fofoquinha sequer olhou para a sandália que ela havia escolhido? Colocou uma com luzes, rosa e com purpurina no pé e não houve quem a fizesse tirar. Como naquele dia eu estava de muitíssimo bom humor, pedi para chamar o gerente. Na frente dos dois então eu falei que levaria a tal sandália cujo o preço era o dobro daquela que eu ia comprar. Falei também que costumava comprar nessa loja com certa frequência (o que era verdade) e que por causa do comportamento metido a esperto dele em usar uma criança para chantagear os pais, a venda que ele ia fazer para mim ia ser a última. Não voltaria nessa loja nunca mais, como realmente não voltei até hoje e não vou voltar.
Não admito que ninguém jogue meus filhos contra mim. Ora veja se pode.
Agora pergunto: não era para traumatizar?

terça-feira, 28 de outubro de 2008

santa praga, batman!

A vida era muito mais fácil quando as crias eram menores e ainda não tinham desenvolvido nenhum interesse por personagens de desenhos animados. Eles acordavam, tomavam café da manhã e mamãe escolhia uma camiseta com listras de cores retrô para Matraca-Trica e um vestido de flores com inspiração nas estampas da Marimekko para Fofoquinha. E assim ia a vida, uma roupinha bacana atrás da outra.
Até o dia em que Fofoquinha ganhou um par de meias...das Princesas. E adorou. Não se podia nem desencardir a tal da meia. Depois, uma toalha da Cinderela. E um maiô da Hello Kitty. Pratinhos e copinhos com a Moranguinho. A porteira abriu-se e uma manada de criaturas fantásticas de desenhos animados invadiu as gavetas, armários e estantes da minha casa. Matraca-Trica, por exemplo, tem um mostruário completo de todos os produtos licenciados até hoje do filme "Carros". Uma camiseta atrás da outra do Homem-Aranha, mesmo nunca tendo visto um só desenho. Mas ele A-M-A. A madrinha deu para ele um macacão do "Carros". Um macacão todo forrado, de calça comprida e mangas longas. Ele ganhou num dia em que estava fazendo 33 graus. Nem preciso dizer que a criatura passou o dia TODO com o macacão, fios de suor escorrendo pelo rosto, o cabelo todo molhado de calor. Qualquer tentativa de fazê-lo tirar a tal roupa foi infrutífera e seguida de gritos e protestos. A única coisa que se pode fazer foi manter o moleque hidratado.
Não tem como enfiar a cabeça na terra para ignorar o marketing infantil ou lugar para aonde fugir. Também não existe uma regra para o brega. Percebi isso quando uma amiga me disse que se recusava a comprar uma camiseta sequer com a Moranguinho, mas comprou para a filha um boneco monstruoso de pelúcia da dita cuja que a filha usa como poltrona. A menina queria qualquer coisa com a Stephanie do LazyTown. Camiseta não ia rolar de jeito nenhum, então ela comprou a boneca que é mais alta do que a filha. Eu faço o contrário: prefiro comprar camisetas, meias e calcinhas/cuecas a comprar condomínios de luxo para ácaros. Cada um amarra seu burro em lugar diferente. Sorte das companhias que licenciam produtos.
Esse é um caminho que infelizmente não tem volta, é melhor a gente se conformar: primeiro são as Meninas Super Poderosas, High School Musical, Hannah Montana e Harry Potter. Depois são Marc Jacobs, Miu Miu, Louis Vuitton e Manolo Blahnik. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

fofices do design XXVII

Nem posso descrever com que emoção eu li a respeito do anel para amamentação de Ysabelle Podguzser para sua linha Poup'ké. Minha vida teria sido tão mais fácil, sem falar mais fashionable, com um anel desses enquanto estava amamentando Fofoquinha e Matraca-Trica.
De um lado lê-se RIGHT, do outro LEFT, para a gente saber em que seio começar a amamentar. Até aí você já tinha percebido, não? Pois é, uma idéia tão óbvia, basiquinha, tão simples. E ninguém até agora havia pensado nisso.
Se você der uma passadinha em Paris da próxima vez, traz um para mim s'il te plaît?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

debaixo dos caracóis dos seus cabelos


A ausência.
Uma tarde no cinema, parece que a um milhão de anos-luz atrás. Matraca-Trica ainda não tinha 3 anos completos. Esperávamos o desenho começar quando, na nossa frente, senta-se um pai descolado, tatuado e careca com sua filha. Os olhos do moleque brilharam como se ele estivesse na frente de um carro de bombeiros (em tamanho original). No começo ficou olhando, olhando, mudava o ângulo e não conseguia tirar os olhinhos da careca reluzente do moço. Foi demais para ele, não aguentou e passou a mão. Eu não esperava pelo atrevimento (santa inocência de minha parte, batman!) e o moço levou um susto. Virou-se e eu pedi desculpas, explicando que Matraca-Trica nunca havia visto uma careca na curta vida dele.
O moço foi bacana e me explicou que a careca dele realmente era um pote de mel para mãozinhas infantis, ele estava super acostumado. "Pode deixar ele passando a mão"-me disse. Prá quê, o moleque passou o filme inteiro massageando o couro cabeludo do moço. Eu estava quase me enfiando debaixo da cadeira  de vergonha. Nenhum apelo, pedido, distração ou ameaça de castigo tirou as mãos do Matraca-Trica de lá. Simplesmente era mais forte do que ele. Quando o desenho acabou e o moço se levantou, Matraca-Trica fez bico de quem ia chorar e quase pede para ir para casa com aquela família.

O excesso
Em uma palavra: garotas. 

Não existe explicação, existe? Sem contar com as teses de mestrado que abusam dos verbetes mais incomuns do dicionário na mesma sentença. Uma explicação em palavras chulas, uma sentença que defina em sua amplitude o que cabelos significam para meninas.*
Quando eu era pequena, ganhei uma boneca que a gente ia puxando o cabelo e fazendo cortes diferentes. Sonhei por muitas noites-até final da aborrescência, devo confessar-que meu cabelo também era assim: eu puxava e deixava ele comprido, tingia e descoloria, depois cortava tudo curtinho só para puxar mais de dentro da minha cabeça (que evidentemente não tinha nada dentro, só cabelo) logo em seguida  e mudar tudo. Ah, como eu queria, ainda hoje, que isso fosse de verdade!
Veio-me à cabeça (ha ha) a personagem Deanna Troi do Star Trek Next Generation. Ela nada mais é do que uma cabeça com uma cabelanha enorme, característica de seu povo, os betazóides. Um sonho feminino!
Fofoquinha, desde o primeiro corte de cabelo de verdade, comporta-se como uma lady no cabelereiro. Aliás, sentiu-se em casa no salão. Ela lava o cabelo, corta e faz escova. Depois chacoalha as madeixas como se estivesse em comercial de xampú. Suas bonecas estão eternamente sem roupas, mas impecavelmente penteadas. Ela agora está obcecada em aprender a fazer tranças. A coordenação motora ainda não permite. Na sala de aula, as amigas ficam trocando figurinhas com os penteados-de gosto bem duvidoso-que as suas mães e pajens fazem. Uma quer imitar a outra no dia seguinte. Fofoquinha já saiu de casa com cada modelito que até Diana Vreeland duvida!

Tanta coisa acontecendo no mundo e eu aqui, preocupada em como esconder meus cabelos brancos...

*Aceito, de bom grado, comentários que resumam este dilema da minha cabecinha oca.

boca de latrina

1.
Antonio, Fausto e Armando, todos beirando os 90 anos, estavam batendo papo na sala de estar do asilo de velhinhos. 
Fausto diz: "Eu acordo todo dia as 8 da manhã e me coloco em pé na frente do vaso sanitário. Fico lá até as 9 horas tentando urinar."
"Eu acordo as 7 horas da manhã e sento no vaso"-diz Antonio-"E tento fazer cocô. Com sorte, lá pelas 10 eu consigo alguma coisa."
"Pois comigo é diferente"-diz Armando-"Todo dia as 8 da manhã eu cago como um urso selvagem na floresta, e às 9 horas eu mijo como um cavalo de corrida".
"E está reclamando do quê?"-pergunta Fausto?
"Bom"-responde Armando-"Eu só levanto da cama as 11 da manhã..."

Meu dia começa com "Bom dia, mamãe cocô linda!" e termina com "Boa noite, pum fedido!". Entre uma frase e outra, durante o dia, cada vez que Matraca-Trica abre a boca para falar alguma coisa, palavras da mesma catíguria encarnam diretamente dos quintos dos infernos na língua do meu moleque e invadem as suas sentenças. Não importa que não faça nenhum sentido colocar a palavra "xixi" em algum lugar em uma frase trivial como  "Mamãe, eu quero cereal, por favor." 
Como diria um amigo meu: "Fino di Paris." 
Pois Matraca-Trica está nessa fase tãooo educativa. Meus ouvidos, outrora tão delicados, já estão cheios de calos de tanto ouvir baixo calão de uma cabecinha que nem 4 anos completos ainda tem.
Tentei, com sucesso- relativo, pois evaporava em menos de 48 horas- diferentes táticas para acabar com a conversa de banheiro de beira de estrada. Passei preciosas horas em que poderia estar dormindo, namorando ou olhando a grama crescer lendo artigos sobre o assunto e em como lidar com ele para nada. Aliás, pensando bem, serviu para alguma coisa: a conclusão de que absolutamente todas as matérias, de uma maneira ou de outra, diziam que isso é (mais) uma fase e que ela vai passar.
Ah é?! Então tá, pensei comigo.
Hoje de manhã Matraca-Trica veio me acordar. Passou a mãozinha nos meus cabelos, depois acariciou meu rosto com carinho, chegou perto dos meus ouvidos e falou baixinho:
"Bom dia, cara de xixi lindo!".
Eu abri os olhos, enternecidos de emoção, e espreguicei calmamente. Dei um beijo nas bochechas coradas-bom, na verdade uma delas está cheia de casquinha porque ele ralou a cara ontem no carpete da vovó- dessa coisa amorosa que é o sangre de mi sangre e também baixinho respondi para não quebrar o clima de serenidade da manhã:
"Bom dia para você também, cara de pum de cocô."

2.
Sven fala para Olen: "Sven, vou à praia amanhã e quero impressionar as gatinhas. Você faz o maior sucesso com elas. Qual é seu segredo?" 
"Antes de mais nada"-responde Olen-"Eu coloco uma sunga da hora."
"Só isso?"-pergunta Sven.
Olen pede que o amigo chegue mais perto e diz em voz baixa: "Eu coloco uma batata na sunga para dar mais efeito."
No dia seguinte Sven volta da praia e conta ao amigo que as gatas tiraram o maior sarro da cara dele. Olen pede a Sven para que ele mostre o que ele fez.
"Já saquei o que você fez errado"-diz Olen-"Normalmente eu coloco a batata na frente da sunga".

Ha ha.

sábado, 11 de outubro de 2008

fofices do design XXVI



Eis aqui um tão esperado momento para meus amigos cínicos: o que eu dou a mão à palmatória. Nunca demora muito, é o que acontece com quem tem a boca grande e ambição diplomática pequena.
Eu declarei em vários posts meu profundo tédio com móveis infantilóides sempre de corzinha branca. Ou qualquer cor pastel. 
...E agora vou ter que abrir uma excessão para os móveis da Muu. O bacana deles é que as peças são ecologicamente corretas e você pode personalizar da maneira que quiser. Existem várias opções de painéis, cores e maneiras de escrever o nome de seu pimpolho. 

Pronto. Acho que deveria, mas nem me sinto com cara de tacho. Será que estou encarnando a Dercy Gonçalves?

OBS: No website há várias sugestões para meninas muito legais. Infelizmente as imagens não estavam disponíveis. Vá lá conferir!

domingo, 5 de outubro de 2008

curta-criança da casa

Estamos na casa da vovó hoje. Em alguma hora na parte da tarde vou à sala de almoço, aonde em cima da mesa tem uma fruteira com um lindo cacho de bananas. Uma dúzia recém comprada, presumo. Noto algo a mais, algo que não deveria estar na casca de tão bonitas bananas. Depois de parar de rir, chamo Matraca-Trica e Fofoquinha:
-Quero saber já qual dos dois rabiscou com esferográfica todas as bananas da vovó.
-Não fui eu-responde um.
-Nem eu-responde outra.
Todas as cascas de banana bem rabiscadadinhas, uma beleza. Uma obra de arte dadaísta.
-Não vamos sair desta sala até vocês me digam quem fez essa obra prima nas bananas da vovó!
Gritos, bicos de choro, lágrimas falsas, acusações: a sala parecia uma das grandes audições em tempos de Macartismo.
Nisso entra minha mãe e pergunta qual o motivo de tamanha comoção. Eu mostro as bananas e explico, já em tom de bronca, "Não é um absurdo, não se pode fazer isso nas bananas e além do mais" 
Então minha mãe me interrompe:
- Hoje cedo eu estava falando ao telefone (ele fica na mesinha ao lado) sem fazer nada e as bananas estavam à mão...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

fofices do design XXV


Quem disse que mesa não é lugar de brincar? Quem disse que a gente não pode comer brincando?
Pense bem: essa mesa da Ontwerpduo não é tudo o que você queria para que sua cria ficasse mais 3 minutos sentado para terminar sua refeição?
Vocês notaram que a caixinha para guardar as bolinhas de gude na Marbelous (nome dessa belezura) fica no pé da mesa? Confesse que você também ficou doido para brincar na mesa da dupla Nathan Wierink e Tineke Beunders, não ficou? 
Eu fiquei. Estou morrendo de vontade de ir até Eindhoven, nos Países Baixos, só para colocar minhas mãos em uma Marbelous...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

a espada era a lei

It´s a boy!
E assim nasceu Matraca-Trica. Passado choque, todas as amigas com filhas meninas me perguntavam como era a experiência de ter um pinto para cuidar. Minha primeira observação sobre o assunto foi:
-Limpar saco é um saco!
O tempo foi passando e hoje, anos depois, confesso que meu conhecimento sobre meninos evoluiu muito pouco. Minha profunda ignorância para com a mente masculina está me fazendo gastar mais dinheiro do que precisava em produtos para tingir cabelos e corretivo para olhos.
O que está tirando meu sono esta semana são as armas. Já posso escrever um livro sobre o assunto, de tantas opiniões que li a respeito. Sempre fui absolutamente contra e não permiti a nenhum dos dois chegar perto de nenhum brinquedo que se parecesse com elas. Uma vez fomos à uma festinha de aniversário cuja mãe teve a ideia de jerico de distribuir espadas de brinquedo para as crianças. A espada de Fofoquinha foi sumida assim que chegamos em casa. A coitada passou dias perguntando por ela e por fim esqueceu do assunto.
Até agora. Cortesia do irmão.
Matraca-Trica tinha dois anos e pouco e um dia no parquinho, do nada, ele e um amiguinho pegaram um pedaço de pau cada um e como por encanto esses cotocos se transformaram em espadas e um duelo de brincadeira começou. Meu moleque--não posso colocar a mão no fogo pelo outro--não tinha como saber o que era uma espada. Aconteceu naturalmente, como o interesse pelos meios de locomoção. Não sei como explicar. Genética, talvez?
O encanto confirmou-se quando ele assistiu, um tempinho depois "A Espada era a Lei", desenho do Disney sobre como o pequeno Arthur se tornou o cavaleiro da távola redonda. A partir desse dia qualquer galho de árvore ou cabo de vassoura tomaram forma de espadas prateadas e mágicas. Agora ele sabia com certeza o que era o cabo de vassoura...além de vassoura.
Ainda inconformada e procurando uma solução, comecei a perguntar a opinião de amigos com filhos. Nesse meio tempo Matraca-Trica assistiu, sem piscar ou sequer fechar a boca, um treino de esgrima. Joguei a toalha e considerei a (minha) causa perdida-mais uma para a coleção. Ouvi também da cara-metade que espadas são (pelo menos para meninos) lúdicas e que brincar com armas é divertido. Os amigos, em uma hora ou outra, cederam. Todos eles. Todos pacifistas e educando os filhos para fazer um mundo melhor. A solução mais bacana foi de uma amiga que me disse: "Armas em casa só se forem medievais ou futuristas. Nada que se pareça nem remotamente com armas de fogo de verdade." E assim vai ser, parece. Ensinar Matraca-Trica a brincar com armas e ser responsável ao mesmo tempo. Eita trabalho que isso vai dar!
Não tenho como não comparar o comportamento de Fofoquinha e Matraca-Trica. No fundo, meninos e meninas são todos iguais se a gente pensar bem. Meninos gostam de brincar com armas. Elas podem machucar, hematomas e galos vão acontecer. As meninas, por sua vez, também gostam de brincar com armas. Um tipo de arma de outra natureza, e infelizmente mais perigosa e que fere mais profundamente: a língua. 

domingo, 28 de setembro de 2008

telinha

Eu deveria ter percebido que alguma coisa estava errada quando nem por reza braba Fofoquinha pegava no sono no carrinho quando era bebê. Eu andava pela rua olhando carrinhos e mais carrinhos com bebês dentro, todos dormindo o soninho dos justos. Fofoquinha era, até então, o único bebê que nunca havia cochilado em seu carrinho. Até Matraca-Trica nascer. Quais eram as chances de isso acontecer de novo?? Bingo. Eu era, oficialmente, mãe de dois extraterrestres. Se eles fossem verdes com bolinhas azuis, tivessem ventosas na ponta dos 8 dedos das mãos e duas antenas no lugar de orelhas iam chamar menos atenção. Como assim eles não dormem no carrinho??? Ninguém tem ideia de quantas vezes eu ouvi essa frase. Foi nesse momento que acreditei, sem dúvida, de que praga de mãe pega. Ela me rogou uma quando engravidei de Fofoquinha que eu vou te contar...
Depois disso não fiquei nem um pouco surpresa ao perceber o pouco apego que os meus dois seres de outro planeta tem com televisão. Deve ser porque meu sofá veio com um formigueiro dentro cujas saúvas só mordem bumbums infantis, o que impossibilita os dois de ficarem sentados por mais de 5 minutos na frente da TV. Exceto pela obsessão do momento--posso dizer com absoluta segurança que sei de cor TODOS os diálogos de Procurando Nemo, Mogli II, Shreck II, Carros, Pantera Cor-De-Rosa, Os Aristogatos e recentemente os desenhos originais de Speed Racer--nada prende a atenção de Fofoquinha e Matraca-Trica na telinha. Quantas e quantas vezes a TV acaba ficando de fundo barulhento no meio das brincadeiras e muitas brigas deles. Eu até já desisti de insistir nos programas educativos ou que simplesmente acho bacanas como Charlie e Lola.
Eu devo ser a única mãe do mundo que implora para que seus filhos sentem um pouco na frente da telinha. Sabe aquela meia horinha em que a gente tem que resolver a vida durante o dia e precisa de algum tempo a sós com seus pensamentos para poder articular pelo menos uma frase completa e com sentido pelo telefone com o gerente do banco, com o cara que veio consertar a máquina de lavar ou se preparar para aquela apresentação importante na reunião de trabalho? Não estou pedindo muito, estou? Fofoquinha e Matraca-Trica nessas horas não me ajudam nadica de nada. Praga boa não é nem de carpideira siciliana ou de mãe judia, é da minha mãe mesmo. Pegou que foi uma beleza!
E olha que eu ficava horas na frente da TV, eu e minha irmã. Um monte de lição de casa para fazer e a gente assistindo Sessão da Tarde. Meia hora antes da minha mãe chegar a gente desligava a TV para ela esfriar porque ela sempre punha a mão no tubo quando chegava. Ai de nós se ele estivesse quente.
Realmente já não se fazem mais gerações como antigamente...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

fofices do design XXIV



Não tem coisa mais anti décor do que um carrinho de bebê perpétuamente estacionado no meio da sala. Não interessa se é um Bugaboo ou não, continua sendo uma ossada de dinossauro no meio do caminho. Por essa razão adorei esse design australiano. 
Não foi à toa que o QuickSmart Easy Fold Stroller ganhou o prêmio em excelência de design em 2007 da Australian International Design Awards.  Ele pesa o mesmo que seu bebê de 6 meses, o que é um alívio quando tiver que carregá-lo. No site tem um vídeo mostrando como ele dobra. Faltou ver como uma pessoa de verdade dobraria, se é mesmo fácil assim. Até então, o QuickSmart tem meu voto de confiança.
Mas desde já valeu a intenção só por deixar a casa da gente menos achuchalhada (nem me pergunte como se escreve essa palavra, acabei de inventá-la).

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

odeio muito tudo isso

Querido diário,
Ser mãe é pagar mico. É fazer coisas que a gente não quer para não magoar sua cria. Mas como não somos de ferro, tem que sobrar em algum lugar. Neste caso, estou usando suas linhas como penico.
Tudo começou semana passada quando Fofoquinha recebeu um convite para festinha de aniversário de dois amiguinhos da escola que eu não conheço. Aliás, não sei quem são as mães também. A festinha ia ser na casa do tio Ronald. Ronald Macdonald´s.
Querido diário, estamos juntos faz tempo. Você me conhece como poucos. Com certeza já percebeu o meu mau humor com a coisa. Você sabe que fazia 13 anos que eu não entrava na casa do tio Ronald (vai ver que foi praga do número 13). Você sabe que eu já havia escrito em meu blog sobre o desgosto no dia em que Fofoquinha, depois de 5 anos, foi levada lá por amiguinhos. Mas eu não poderia deixar a menina se sentir excluída. Nós vamos, resolvi.
Junto com o convite, uma autorização para levarem as crianças depois da escola. Liguei para saber como ia ser a coisa. Uma das mães me respondeu que eles iam levar as crianças--19, se todos assinassem--em 4 carros. Deixa eu ver: 19 dividido por 4 dá 4.75 crianças por carro. Evidentemente sem cadeirinha ou cinto de segurança. Pode deixar, respondi. Eu levo minha filha. Perguntei se havia problema em levar Matraca-Trica, uma vez que íamos direto da escola. Tomar uma decisão estava acabando comigo: levar uma criança de 3 anos no tio Ronald ou ela se sentir excluída. A resposta da mãe decidiu por mim: ela foi do tipo "se você precisa mesmo, então tá". Em tom de enfado. Conversei com ele e ele entendeu que não poderia ir. UFA.
Lá fomos nós duas. Eu e outras 2 mães também foram separadamente. Cinco adultos para 19 crianças. De 5/6 anos.
Diário, você sabe que a casa do tio Ronald é aberta ao público. Estávamos nós e o entra e sai de estranhos na hora do jantar. O único brinquedo ficava do lado de fora--o aniversário foi na noite que fez 12 graus--no térreo. A porta para esta "sala" e a escada para cima, aonde uma salinha estava decorada para o aniversário eram ao lado da porta de entrada e saída. Dezenove crianças correndo para cima e para baixo descontroladamente. Duas moças que foram designadas para atender a festa, coitadas, uma tirando os pedidos e a outra olhando mais ou menos a zona. As mães responsáveis estavam na sala de cima batendo papo. Vamos combinar que se alguém quisesse pegar uma das crianças e sair pela porta rapidamente não ia ter o menor problema. Se uma delas quisesse sair e ir para o meio da rua, também ia se dar bem.
Depois de comerem um Mac lanche feliz cada uma, as crianças desceram para brincar. Tinham que tirar o sapato para ir no brinquedo. Além do frio, o chão de lá estava tão limpo como chão de banheiro de casa noturna sábado lá pelas 4 e meia da madrugada. Eu confesso que fugi sem nem me despedir assim que cortaram o bolo. Peguei Fofoquinha pelo braço, enquanto ela escolhia um prêmio/lembrança e voltamos para casa. Jurei para mim mesma que nunca mais.
Sabe querido diário, eu entendo que alguns pais não tenham dinheiro para dar uma festa de aniversário para o filho. Ninguém tem obrigação de oferecer um rega bofe ano sim, ano sim. A gente faz o que pode com o que tem. Para isso temos uma coisa chamada imaginação. Ia ficar infinitamente menos micho e muito mais simpático cantar parabéns em casa entre cachorro-quente, pipoca, bolo e a atenção dos pais. Não precisa mais nada: nem balão, nem mesa alegórica, nem brinquedos ou lembrancinha. Certamente ninguém merece a falta de atenção, carinho ou cuidado do tio Ronald numa ocasião tão especial.

PS: Diário, não posso deixar de escrever que não tenho absolutamente nada contra os pais e principalmente as crianças aniversariantes, muito pelo contrário. Crianças são inocentes e pronto. Sendo eu quem sou, você sabe que iria contar o ocorrido conhecendo as partes envolvidas ou não.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

pintos


AVISO 
O Ministério da Saúde adverte: o que você vai ler a seguir ou é a maior baboseira já escrita desde a descoberta da roda ou vai ganhar o Nobel de Psicologia-aliás, vão criar a categoria por causa deste post. O Ministério da Saúde também adverte que MaMãe nunca estudou psicologia nem tem pretenções para tal. É apenas uma observadora da natureza humana e tem a boca (neste caso os dedos que teclam) bem maior do que o bom senso--aquele que diz que temos uma oportunidade de ouro para ficarmos quietos e obedecemos.

NOTA
Se você é uma pessoa sensível e não gosta de ler sobre assuntos delicados que usam palavras brutas, pare por aqui. O assunto a seguir é sobre partes pudentas. Vou falar sobre elas sem nenhuma vergonha na cara.

AGORA SEM MAIS DELONGAS, O TEXTO:
Conversando com um casal amigo outro dia, não sei como o assunto acabou em pintos. De meninos. Meu amigo estava contando do choque que o sobrinho teve quando o papai foi ensiná-lo a fazer xixi de pé. O moleque se assustou com o tamanho do pinto. Do pai. Diz ele que o menino olhava para o pinto dele, depois olhava para o do pai...travou. O coitado não conseguiu nem fazer xixi. Segundo meu amigo, o complexo nasce aí no banheiro, logo cedo. Os cotocos ainda não tem noção de proporção e quando olham o pinto--em seus olhos-- tão grande do pai, pronto. Complexo para o resto da vida. 
Eu vou mais longe: na minha opinião o complexo começa com a mãe. Alguém conhece alguma mãe que não chame o pinto do filho pelo diminutivo? Quantas e quantas mães comentam com o pediatra que o pinto do filho é tão pequetitico, olhá só, nem dá para ver. Se for circuncidado, então, ele some quase que por completo. O pediatra então tem que explicar que o pintinho do bebê não é pequeno. Ele está somente envolto por uma camada de gordura que com o passar do tempo vai desaparecer e o pinto, aparecer. Mas alguma mãe se consola com isso? Não. O pinto do filho continua sendo um pintinho. Agora, pense bem: se você for menino e ouvir X vezes ao dia a palavra "pintinho" vinda de sua mãe que acredita mesmo que ele é pititico, em alguma hora você vai acabar acreditando no diminutivo. Até eu acredito! O golpe de misericórdia vem mais tarde quando o moleque vai aprender a fazer xixi e tem que encarar o pintão do pai bem na sua frente. Tsc, Tsc.
Homens, coitados de vocês. 

NOTA FINAL
Abençoadas meninas que não tem esse problema. Primeiro porque não tem nada pendurado para fora para ficar comparando, segundo por que ninguém chama a pereca, xoxota, ou seja lá que nome você inventou para vagina pelo diminutivo.
Com meninas as questões são bem mais simples de resolver. Fofoquinha me viu pelada um dia desses e me perguntou :
Mamãe, quando eu tiver pelos aí em baixo como você eles podem ser cor-de-rosa?