quarta-feira, 16 de junho de 2010

ser mãe é....fazer pequenas barbaridades por amor

Seja lá qual fosse o mal que afligisse a mim ou minha irmã, nosso remédio era sempre chá de erva doce. Tosse, bronquite, rouquidão? Vírus estomacal, vômito, diarréia? Arranhões, cortes, galos ou contusões? Não se aflijam meninas, tomem um chá de erva doce que tudo vai passar, dizia minha mãe. Daqui a pouco vocês vão se sentir melhor. 
Toda mãe tem um remedinho para horas de pouca aflição e conforto das crias em desepero, com certeza a sua também tinha. Qual era?
O meu é resultado de pura preguiça. O enfermo vai passar a noite na cama da Mamãe. Assim simples. Acontece que tenho sono mais leve do que uma pluma. Cada tosse, espirro ou reviravolta na cama, mesmo sendo no quarto de Fofoquinha e Matraca-Trica, me acorda. Arrancada dos braços de Morfeu, fico encaraminholando se a criatura piorou, descobriu-se, perdeu a meia etc. Eu então tenho que levantar dos meus lençóis quentinhos, andar até o quarto deles, ver o que está acontecendo e voltar para minha cama. Me ajeitar, cobrir e torcer para dormir logo, coisa que nunca acontece. Quando o enfermo está ao meu lado, só preciso me virar para ver a temperatura ou dar xarope. 
Ainda tem o agravante de Matraca-Trica ser menino. Pois é, foi quem eu tive que buscar no meio da aula por que estava com 40 graus de febre. Existe uma falta de dignidade no cromossomo Y que faz com o sexo masculino comportar-se como se o mundo fosse acabar se o nariz escorre. Deve ser alguma proteína ainda não identificada pelos cientistas que produz esse comportamento infantil com sensação de abandono em caso de ataque de qualquer bactéria ou vírus. 
Não se enganem, o sofrimento é, para eles, verdadeiro. Eles realmente acreditam que vão perecer abandonados à própria sorte. Coisa intrigante, pois com o passar dos tempos não desenvolveram a capacidade de ter o mesmo sentimento perante guerras, ataques e assaltos armados. E olha que isso vem de desde antes de começarmos a andar eretos. 
O cromossomo Y me fascina em vários campos, especialmente os que não fazem nenhum sentido lógico. O que a natureza quer dizer com isso? De qual a parte na evolução da humanidade esse comportamento faz parte? Essa dor toda que o sexo masculino sente vem de onde?
Pausa.
Acabei de reler o texto. Aparentemente comecei a falar de um assunto e terminei em outro. Vocês já devem ter se acostumado, né? Um dia desses eu espero amarrar os dois com conclusões distintas, mas agora tenho que ir pois Matraca-Trica está, literalmente, sentado no chão frio, derrubado com febre, agarrado em minha perna enquanto escrevo, para chamar minha atenção.

2 comentários:

Mamma Mini disse...

Na minha avó um chazinho sempre resolvia tudo também... o que eu amava, era super reconfortante... também tenho um exemplar do cromossomo Y, na verdade dois, porque é um filho e um marido, e ambos sofrem do mesmo mal de se derrubar quando qualquer coisinha acontece... no caso do marido não, mas quando derruba parece um baby, e no caso do baby derruba sempre e só quer a mãe por perto, estamos em mais um momento em que só serve a mamma aqui, ele tá machucadézimo, e eu que tenho a maior aflição do mundo de cuidar de machucados purulentos tô sofrendo, mais com a dor dele do que com o restante, mas enfim, ser mãe é fazer tudo isso e mais um pouco né? um beijo!

Coisas de mãe disse...

Continuo sendo sua fã! Adoro estes textos! Sempre. As chatices do dia a dia parecem bem mais divertidas.

Na escola onde estudei (que hoje é do meu filho) o chá de camomila impera. Pra dores de cabeça, ouvido, barriga, mal estar ou indisposição. (tivemos um periodo de excessão na época da gripe suina, ela foi mais forte do que o cha).

La em casa o chá é de gengibre com canela e mel. Um Santo remedio com ação comprovada!

O melhor de tudo é que como efeito (positivo) colateral, o PEdro depois de anos habituado ao tal chá, tem o paladar acostumado ao gengibre. Adora uma comida asiatica!

beijos de novo

Pati

htto://coisasdemae.wordpress.com