quinta-feira, 4 de agosto de 2011

trauma supervisionado



Ahhh, nada como voltar a ter tempo para escrever. Andei bem ocupada com um projeto super bacana onde gastei toda a minha manicure no teclado. Vou contar para vocês já já sobre o que se trata, tá?


Nada um bom susto para voltar à ordem natural das coisas. Ainda falando das férias, ainda me perguntando "Mas que tipo de mãe é essa?". O tipo que precisa dobrar as sessões de terapia, você vai me responder depois de acabar de ler.
Estava pensando em como algumas mães tem dificuldade em deixar os filhos crescerem, em como a gente (sim, já passei por isso também, não se engane) acha desculpas esfarrapadas para que eles passem por fases de transição naturais, como tirar a chupeta ou a fralda. Nos falta força de vontade por que, lá no fundo, nossos bebês ainda são nossos bebês e a gente quer que eles continuem assim. Nos dá segurança. Ninguém gosta de mudar a rotina, especialmente se ela é gostosa. Com Fofoquinha foi assim. Com Matraca-Trica o filme já foi outro. #saidessecorpoquelenãotepertence. Não virei megera insensível, mas amadureci e me tornei verdadeiramente uma mãe passarinho que joga os filhos do ninho para que aprendam a voar.
Isso quer dizer basicamente que eu deixo que eles corram certos riscos para estabelecar seus próprios limites, o que eu chamo de trauma supervisionado. Posso ser passarinho, mas se a questão for penas, tenho muito de galinha ainda-todo mundo em baixo de minhas asas, por favor.
Dois exemplos práticos, caso você não tenha entendido a extensão do espírito da coisa:


1. Matraca-Trica fugiu no clube-ambiente seguro e conhecido, pura birra e malcriação, sem falar em desobediência na sua mais pura forma. Eu o localizei- depois de 40 minutos segurando o coração na mão e xingando quem tinha tido a ideia cretina de ter filhos no meu casamento- mas ele não me viu. "Ah é?", pensei comigo mesma. Foi minha vez de me esconder atrás da árvore para que ele pudesse tomar uma dose de seu próprio remédio. Quando Matraca-Trica achou por bem voltar para perto da mamãe, quem disse que ela estava no lugar onde ele a deixou? Pois ele ficou lá, rodando como ponteiro de segundos de relógio por não me localizar, por exatamente contados no relógio dez minutos. Quando magicamente apareci por detrás da árvore, Matraca-Trica ainda teve que ouvir o sermão todinho com moral da história no final-você gostou de não achar a mamãe? Então como você acha que eu me senti procurando por você???


2. Again o mesmo protagonista. Esse menino vai me dar trabalho.
Praia. Banco de areia perfeito para crianças por formar um piscinão logo na orla. Como Matraca-Trica e Fofoquinha já estão grandinhos e estava sozinha controlando a tralha de praia, bolsa e crianças, já dá para ficar a beira-mar sem ter que entrar. "Crianças, não pode ir no fundo, tem correnteza hoje". "Matraca-Trica, não pode ir no fundo, tá bom?". Então tá. Por acaso filho ouve quando a mãe fala? Não, né? O moleque só indo para o fundo, eu na beira-mar junto com outros tantos pais olhando a cena. A expressão desses pais foi mudando e ouve um unânime arregalar os olhos a certo ponto para mim com cara de "Como assim, tá esperando o quê para entrar e trazê-lo de volta???" 
Evidentemente Matraca-Trica estava à um mergulho de distância, onde um adulto poderia sentir os grãos de areia em seus pés mas não o moleque, que assustou com o vai e vem da maré. Quando finalmente voltou para perto de mim, por meios próprios e depois de uma pequena luta com Netuno, com olhos arregalados e tossindo um pouco por engolir água, adivinhem? Sim, outro sermão sem dó nem piedade.


E isso, senhoras e senhores, fez com que Matraca-Trica se comportasse como uma flor pelo resto da estadia. 

Um comentário:

gabriela disse...

ai, que difícil... mas concordo com vc.

bjbjbj

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